Impacto do Ruído na Saúde do Trabalhador

Artigo retirado da monografia de Especialização do Engenheiro de Segurança do Trabalho Rafael Portelada.

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Ao passar dos anos, a preocupação em disponibilizar informações sobre o nível de ruído que determinados equipamentos emitem, tem se tornado uma necessidade básica. Segundo Bistafa (2011, p. 7) os “níveis de ruído estão sendo incluídos nas especificações de vários tipos de equipamentos industrias, como motores e bombas, quando, no passado, somente eram disponibilizadas informações muito superficiais de desempenho acústico.” Com isso, os equipamentos que emitem menor nível de ruído acabam sendo escolhidos para minimizar problemas que o trabalhador possa adquirir no futuro.   

Controlar o ruído tem que ser uma preocupação de todos os profissionais que trabalham com a Engenharia de Segurança do Trabalho, pois a saúde do trabalhador vem em primeiro lugar.

Um dos direitos que não deve ser ignorado por parte do trabalhador e das empresas é quanto ao adicional de insalubridade. Direito este regulamentado pela NR-15, que assegura ao trabalhador o recebimento de um adicional em seu salário de acordo com a região que ele está presente. Esses valores são definidos em 3 (três) graus: Grau máximo 40% (quarenta por cento), Grau médio 20% (vinte por cento) e Grau mínimo caracterizando por 10% (dez por cento).

Caso a empresa consiga eliminar a fonte geradora de ruído, o trabalhador deixará de ser beneficiado. Um laudo deverá ser realizado por profissionais legalmente habilitados (Engenheiro de Segurança do Trabalho e Médico do Trabalho) para comprovar que a fonte geradora do ruído foi solucionada e/ou minimizada com a utilização do EPI. 

Problemas e Riscos na saúde do trabalhador exposto ao ruído

Pessoas que trabalham em locais, onde existe uma grande obra em andamento, acabam sendo prejudicadas pelo efeito do ruído excessivo e, como na maioria dos locais não existe uma preocupação para tal caso, acabam sofrendo com doenças. O Portal da Construção ([?], p. 7) traz que:

• Efeitos fisiológicos - Está provados que a exposição ao barulho tem efeitos no sistema cardiovascular, o que provoca a libertação de catecolaminas e um aumento na pressão arterial.
• Stress associado ao trabalho - O stress associado ao trabalho raramente tem uma única razão, e normalmente deve-se a uma combinação de vários fatores. O ruído no local de trabalho pode ser um desses fatores, mesmo que a um nível baixo.
• Maior risco de acidentes - Níveis de ruído elevados dificultam a audição e comunicação aos trabalhadores, aumentando a probabilidade de acidentes. O stress associado ao trabalho, no qual o ruído pode ser um fator, pode estar ligado a este problema.

O trabalhador começa a mostrar esses efeitos quando chega em casa e percebe que os medicamentos que ele usava para amenizar aqueles problemas não estão mais surtindo o efeito esperado.

O ruído pode influenciar o desempenho do trabalhador em suas funções, como aponta Lida (2005, p. 508): 

 (...) O ruído produz aborrecimento, devido a uma interrupção forçada da tarefa ou aquilo que as pessoas gostariam de estar fazendo, como conversar ou dormir, e isso provoca tensões e dores de cabeça. Também podem prejudicar a memória de curta-duração. As tarefas que exigem muitas informações verbais são prejudicadas porque as pessoas precisam falar mais alto e nem sempre são compreendidas, devido ao efeito do mascaramento.

Essas reações são conhecidas como fadiga e vão prejudicar o trabalhador tanto em seu ambiente de trabalho, quanto na vida social. As vezes aquela atividade que era para ser feita em 30 minutos, demora horas, pois com o passar do tempo a fadiga vai aumentando e prejudicando o seu raciocínio.

O principal risco que o ruído pode trazer para o trabalhador é a surdez. Existem 2 (dois) tipos de surdez de acordo com Lida (2005, p. 507-508): 

• Surdez de condução – (...) Pode ser causada por diversos fatores, como o acúmulo de cera, infecção ou perfuração do tímpano. Ruídos de impacto com alta intensidade podem provocar a ruptura da membrana do tímpano ou danificar a transmissão pelos ossículos do ouvido médio. Com isso, as vibrações sonoras chegam amortecidas à cóclea, reduzindo a eficiência auditiva. 
• Surdez nervosa – (...) Isso acontece após exposição prolongada a ruídos intensos. As perdas que ocorrem nas faixas de alta frequência, acima de 1000 Hz, principalmente em torno de 4000 Hz, e são irreversíveis (...).

Referencias:

Bistafa, Sylvio R. Acústica aplicada ao controle do ruído/Sylvio R. Bistafa – 2.ª edição – São Paulo: Blucher, 2011.

Construção, Portal da. Segurança e Higiene do Trabalho Volume XVII – Ruído. Disponível em: http://www.oportaldaconstrucao.com/xfiles/guiastecnicos/sht-vol-17-ruido.pdf. Acesso: 22 dez. 2014.

Lida, Itiro. Ergonomia: projeto e produção/Itiro Lida – São Paulo: Blucher, 2005.

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