Todo trabalhador tem o direito de sair e chegar em casa com vida. Mas parece que algumas empresas ainda não entenderam o sentido da vida. Tais empresas relatam que os trabalhadores são treinados para assumir aquele cargo, mas será que o treinamento passado é suficiente? Nosso Brasil ainda é muito arcaico no pensamento de prevenção de acidentes no trabalho. As empresas apenas começam a se preocupar com acidentes, quando acontece algo. Essa mentalidade está totalmente atrasada. Na última empresa em que trabalhei, minha chefe sempre falava que eu tinha o pensamento muito prevencionista. Ótimo para quem pensa assim.
A pergunta que sempre vai ser feita, como vou conseguir prever acidentes? Ainda não existe fórmula ou bola de cristal para dizer quando e onde acontecerá. O que temos, são ferramentas e dados estatísticos (relato de acontecimentos similares) que irão auxiliar as empresas a prevenir que aconteça algo. Algumas dessas ferramentas são:
- APR (Análise Preliminar de Risco); (Modelo de planilha disponível para download)
- Equipamentos de proteção individual e coletiva (EPI e EPC);
- DSS (Diálogo de Saúde e Segurança);
- Entre outras que não vou abordar neste momento.
Uma breve explicação sobre APR:
1. O que significa? É uma técnica de identificação de perigos e análise de riscos que consiste em identificar eventos perigosos, causas e consequências e estabelecer medidas de controle. (Benedito Cardella - Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes)
2. Quando devo utilizar? Antes de realizar qualquer atividade, deve ser feito um mapeamento dos riscos que ela possui. APR é uma boa ferramenta para identificar e recomendar. Mas lembre-se, ela não foi feita para eliminar os riscos.
Exemplo 1: Acompanhamento de movimentação de carga suspensa. O que pode acontecer durante o acompanhamento da atividade de movimentação?
Exemplo 2: Estou viajando pela empresa, acompanhando de 1 motorista. Quais os riscos?
Observação: Lembre-se, APR é uma análise PRELIMINAR da atividade que você vai fazer.
EPI e EPC (NR-6) resolvem o problema? É difícil dizer sim ou não. Prefiro deixar em aberto, pois temos empresas que seguem o pensamento de que se tem proteção o trabalhador está protegido e que nada irá acontecer. Mais uma vez, pensamento atrasado. Os equipamentos de proteção individual e coletiva, servem para proteger e prevenir que aconteça algo pior. O que adianta está usando EPI se o mesmo está realizando uma atividade sem perspectiva do que está acontecendo ao seu redor? Temos que ensinar o trabalhador a identificar situações de risco.
Observação: Existem casos e casos. EPC é utilizado para proteger um conjunto de trabalhadores enquanto o EPI para proteger individualmente. O que estou querendo passar é que os trabalhadores e empresas, precisam saber identificar situações de risco. Confira o problema abaixo.
Problema: O trabalhador está passando em uma área que está tendo movimentação de carga (NR-11). O trabalhador está totalmente protegido: luva, capacete com abafador, óculos de proteção, mascara de proteção, bota, calça e blusa de manga longa. Por sua vez a área onde está tendo a movimentação da carga, está totalmente sinalizada com cones, fitas, etc. Você se pergunta, aonde está o problema? O trabalhador resolve passar pela proteção da área e consecutivamente por baixo da carga que está içada. Qual o maior risco que ele passou? Queda da carga, levando o trabalhador a óbito e/ou fraturas, perdas irreparáveis para a família.
Onde está o erro? Quem foi o culpado? Existe culpado? Quantas horas serão gastas para realizar uma análise de falhas? São tantas perguntas... Esse artigo ainda não será finalizado. Na próxima parte, vou desenvolver uma possível solução para o problema que foi encontrado. Vou estar utilizando alguns fatores que pode ter levado o trabalhador a ultrapassar à área sinalizada.
Continua...
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